Este Blog irá ajudá-lo a conhecer algumas das atividades do psicólogo tanto na sua prática clínica como nas atividades de estudo voltadas aos profissionais da área.


28 de julho de 2015

O que há por trás da irritação frequente?




Por trás de toda irritação há algum grau de frustração. Nós nos irritamos porque nos sentimos incapazes de controlar alguma situação ou pessoa. Isso é claro. Também é claro que todos nós, absolutamente todos, temos momentos de mau humor de vez em quando. Pequenas explosões de caráter que podem ser muito saudáveis quando são originadas por uma causa razoável.

Mas o que acontece quando a irritação não acaba? Quando permanecemos quase todo o tempo com a testa franzida, os olhos entreabertos e procurando alguma briga? Será que pertencemos a esse grupo de “resmungões por natureza” ou há algo mais aí?

A resposta é uma só: por trás de uma irritação frequente, há mais do que uma frustração passageira; o que se esconde é uma depressão encoberta.

A irritação crônica

Em algumas ocasiões, o mau humor não é algo de momento, mas se estende por semanas, meses ou anos. Às vezes, o incomum não é que tenhamos esses incêndios repentinos em nosso caráter, mas sim que consigamos manter a serenidade. A irritação vai se transformando em nossa maneira normal de ser diante da vida. Tudo nos incomoda, ficamos irritáveis e perder a calma é o que acontece com mais frequência.

Nesse caso, a irritação não está direcionada contra uma pessoa ou uma situação em particular. A pessoa simplesmente sente tudo o tempo todo, experimentando intolerância, aborrecimento e tédio.

Por sua vez, expressa-se por meio das atitudes clássicas: gritar, permanecer inquieto, tenso, ter sempre à mão um comentário de auto-desqualificação ou de crítica para os demais. Fisicamente, manifesta-se por meio do cenho franzido permanentemente, problemas digestivos e, muito provavelmente, dificuldades para dormir adequadamente.

Se esse é o seu caso, o mais provável é que não esteja irritado com o mundo: na realidade, está irritado consigo mesmo.

As razões que lhe impulsionaram a criar inimizade internamente com o que você é certamente tem a ver com os modelos mentais que gerencia inconscientemente. Há parâmetros que você escolheu para avaliar a si mesmo, sem ter muito claro o porquê, e que só estão servindo para reprovar a si mesmo mais uma vez. Também há experiências não resolvidas em seu passado. Por isso você se irrita, mas não sabe.

Não é o caso de entrar e analisar aqui todas as possíveis razões pelas quais você decidiu se transformar em um dos seus piores inimigos. Está na profundidade da sua mente, no mais remoto da sua história. Mas o que, sim, podemos esboçar é pelo menos uma pergunta “por que são tão válidas as razões que o levam a manter-se irritado?”

Esqueça os demais, porque eles nunca vão se comportar exatamente como você quer ou pensa que devem se comportar. Os outros são somente uma desculpa que você utilizou para poder expressar a sua irritação. Não são as suas falhas, nem a crise econômica, nem a tensão bélica na Coréia que lhe deixam irritado.

Simplesmente, você tem uma ideia do “dever ser” na vida e não consegue se ajustar a ela. Isso faz com que se sinta terrivelmente mal; você não só se julga severamente, mas também se culpa e se atormenta. Paradoxalmente, seu ego gigantesco não o permite que se compreenda, nem que se perdoe.

A ira é como um fogo interno que arde. Um elemento capaz de dar calor ou de arrastar o que se encontre pelo seu caminho. Essa raiva indefinida é também uma força interna da qual não conseguiu se apropriar. Pode ser o motor de grandes ações, mas também a brasa onde se consomem os melhores momentos da sua vida.

Há um assunto que está pendente com você mesmo, não com os demais. Você deve resolvê-lo e, provavelmente, precisará de ajuda para isso. O que está esperando?

CONSULTE UM PSICÓLOGO.




FONTE: http://amenteemaravilhosa.com/por-tras-irritacao-frequente/

7 de julho de 2015

Mulheres pedófilas: entenda por que elas são pouco denunciadas

Psiquiatra explica a diferença entre o portador da doença e o criminoso que comete abusos



Dos cinco aos oito anos, Laurinha*, hoje com dez, assistia à babá se masturbar diariamente. A mulher esperava a patroa sair, ia para o quarto com a garota e a sentava em uma cadeira. Em seguida, se deitava na cama e obrigava a menina a permanecer ali até que chegasse ao orgasmo.

O caso só foi descoberto quando a criança contou na escola, com ar de naturalidade, o que acontecia, sem se dar conta de que era vítima. A família nunca desconfiou de nada. Como aquela mulher de confiança, que cuidava de tudo havia anos, que também era mãe, carinhosa, poderia cometer aquilo? Seria mesmo verdade ou uma invenção da menina?

Assuntos como pedofilia e abuso sexual envolvem um tabu tão grande que pouco se imagina que as mulheres sejam portadoras dessa doença e que também cometam estupros. Segundo um dado da PF (Polícia Federal), a cada dez pedófilos, um é mulher. Assim como os presídios masculinos têm alas reservadas para estupradores, chamadas "seguro", os femininos também possuem e elas estão ocupadas.

O que acontece é que, em geral, as mulheres são denunciadas com menor frequência. Alguns motivos explicam essa subnotificação, como a ausência de penetração durante o abuso, a cultura machista que vê como algo normal as relações precoces entre meninos e mulheres mais velhas, ou o receio da família de denunciar e transformar o fato em um trauma maior que interfira na sexualidade dos garotos.

Toque, beijo, carícia e ato libidinoso envolvendo crianças são considerados crimes pela Constituição, assim o estupro, e precisam ser repassados à polícia.


O psiquiatra Danilo Baltieri, especialista em transtornos sexuais e coordenador do Ambulatório de Transtornos de Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC, afirma que o diagnóstico da pedofilia é difícil e o tratamento, longo. Ele esclarece, ainda, que nem todo pedófilo abusa de crianças e a maioria dos abusadores sexuais não é portadores de pedofilia.

— A pedofilia é doença: o desejo, o interesse constante por crianças durante, no mínimo, seis meses. As mulheres portadoras tendem a ser pessoas tímidas, que pouco se expõem socialmente, e, geralmente, tem alguma outra parafilia associada, como a zoofilia (sexo com animais) e exibicionismo.

Tratamento

Segundo o médico, muitas pessoas se aproveitam de oportunidades para cometer estupro, mas isso não significa que esses abusadores portem pedofilia.

— Na maioria das vezes, as pessoas presas por estupro são oportunistas, que se relacionaram com um adolescente por curiosidade, estupraram uma única vez. Mas se diagnosticada com a doença, essa pessoa precisa receber atendimento além da pena de prisão.

Maria*, portadora de pedofilia, foi obrigada a procurar tratamento depois de ser flagrada mexendo nas partes íntimas de uma menina que a irmã dela cuidava. Pressionada, ela acabou confessando que sempre sentiu desejo por crianças e que aquela não era a primeira vítima. Ela se descreve como uma ‘vergonha para a família’.

Aos 37 anos, Maria faz tratamento com um psiquiatra há três.

— É uma tortura, um sofrimento diário, uma angústia. Hoje eu sei que o que eu fazia é crime, mas ao mesmo tempo não conseguia me controlar. Eu dependia daquilo para ter prazer.

Baltieri diz, ainda, que a pedofilia é uma das doenças mais estigmatizadas da medicina e a sociedade a vê como uma ‘praga’, que deve ser combatida com violência, sem se dar conta da necessidade de tratamento médico desses portadores, para o bem deles e de suas possíveis vítimas.

— Nós médicos não queremos ignorar o crime, se fez tem que pagar, mas o tratamento é importante para que não haja reincidência.

Segundo dados do Disque 100, dos casos de abuso sexual registrados entre janeiro de 2012 e março de 2014, 60% não foram cometidos por parentes da vítima. O médico explica que as mulheres não procuram crianças do seu círculo familiar como vítima, na maioria dos casos.

— As mulheres portadoras da pedofilia, a maioria, se utilizam de crianças estranhas. Sabe-se por meio de pesquisas que, quanto mais estranha a criança, quanto mais nova a vítima, aumenta-se as chances de o agressor ser portador da doença. Uma pessoa que manteve relação com uma criança ou adolescente uma única vez, dificilmente porta a doença.

Em 15 anos de ambulatório, Danilo atendeu a cinco mulheres que portavam a doença. Ele informou que o tratamento foi individual, diferente do oferecido aos homens que incluem terapias em grupo, e com uso de medicamentos.

Em conversa com o R7, a pequena Laurinha disse: "Ela ficava na cama mexendo nela". A reportagem encontrou com a criança no Cevat (Centro de Visitas Assistidas do Tribunal de Justiça). Os pais dela eram separados quando a escola comunicou sobre o que a criança contou e o pai entrou na Justiça para ter a guarda da menina alegando negligência por parte da mãe, responsável pela contratação da babá. O homem conseguiu e, desde então, não entrou mais em acordo com a mãe sobre as visitas, que passaram a ocorrer no Cevat.

Papel da família

Se é papel da polícia prender e investigar as denúncias de abuso sexual, da Justiça condenar e do Estado oferecer um tratamento ao detento avaliado e identificado como portador da pedofilia, cabe aos responsáveis pela vítima denunciar. A família não tem obrigação de saber se aquele agressor é portador, deve comunicar o crime às autoridades responsáveis.

*Os nomes são fictícios para proteger a identidade da vítima e da paciente.

Fonte: http://noticias.r7.com/sao-paulo/mulheres-pedofilas-entenda-porque-elas-sao-pouco-denunciadas-06072015

5 feridas emocionais da infância que podem persistir na idade adulta



Embora não seja regra absoluta, não podemos negar que nossa infância e primeiras experiências afetivas podem influenciar na maneira como lidamos com os relacionamos posteriores e na leitura que temos das coisas que acontecem ao nosso redor.

As boas e más experiências infantis afetam sim nossa qualidade de vida quando adultos. Influenciam também, depois, em como trataremos nossos filhos tanto do ponto de vista do afeto quanto do enfrentamento de adversidades. Agiremos reproduzindo os comportamentos que conhecemos ou seremos diferentes?

Abaixo, estão descritas 5 feridas emocionais segundo a especialista em comportamento canadense Lisa Bourbeau. Para a autora, são elas algumas das mais determinantes nas dificuldades de relacionamentos que as pessoas podem carregar ao longo da vida adulta posterior.


1- O medo do abandono

Um dos medos frequentes nas crianças é o medo da ausência de seus pais, o medo do abandono. A criança, nos primórdios de sua vida, ainda não consegue separar fantasia de realidade, e, por também não conseguir quantificar o tempo, entente que as ausências podem ser sinônimos do abandono absoluto.

Se a aprendizagem dessa separação necessária já é complexa em ambientes onde os pais lidam com o fato com tranquilidade, no caso de pessoas que tiveram experiências de negligência na infância, as marcas deixadas podem acarretar um medo de solidão e rejeição contínuos todas as vezes em que a pessoa não tiver perto de si (fisicamente) a pessoa amada.

A ferida causada pelo abandono não é fácil de curar. A pessoa saberá que está curada quando os momentos de solidão não forem vistos como desamor e rejeição, e, dentro de si, existirem diálogos positivos e esperançosos.

2- O medo da rejeição

É uma ferida profunda que é formada quando, durante o desenvolvimento, a criança não se sentiu suficientemente amada e acolhida pelas figuras de referência que estavam ao seu redor assim como, posteriormente, pode ser afetada também por rejeições em ambiente escolar.

Como a pessoa, no começo, forma sua identidade a partir da maneira como é tratada, se ela for desvalorizada e depreciada constantemente, pode internalizar em si uma autoimagem de que não é merecedora de afeto e de que não possui atributos suficientes para ser aceita em sociedade.

O rejeitado passa, então, a rejeita-se, e, na idade adulta, muitas vezes, mesmo frente ao sucesso e obtento bons resultados, essa pessoa pode apresentar grande fragilidade frente a qualquer crítica que exponha seus medos internos de insucesso.

3- A humilhação

Esta ferida é gerada no momento em que sentimos que os outros nos desaprovam e criticam. Podemos criar esses problemas em nossos filhos dizendo-lhes que eles são estúpidos, maus ou mesmo exagerando em comparações; isso destrói a criança e sua autoestima.

Uma pessoa criada em um ambiente assim pode desenvolver uma personalidade exageradamente dependente. Outra possibilidade é o desenvolvimento da “tirania” também em si, um mecanismo de defesa em que a pessoa passa a humilhar aos outros para se sertir mais valorizada.

4- Traição ou medo de confiar

Uma criança que se sentiu repetidamente traída por um de seus pais, principalmente quando o mesmo não cumpria as suas promessas, pode nutrir uma desconfiança que, mais tarde, pode ser transformada em inveja e outros sentimentos negativos. Quem não recebe o que foi prometido pode não se sentir digno de ter os que os outros têm.

Pessoas que passaram por isso desenvolvem uma tendência maior a tentar controlar tudo e todos ao redor em uma tentativa de trazer para si o comando de variáveis que, antigamente, faziam com que se sentissem preteridas e injustiçadas. Quando perdem o controle ficam nervosas e sentem-se perdidas.

5- Injustiça

A ferida da injustiça surge a partir de um ambiente no qual os cuidadores primários são frios e autoritários. Na infância, quando existe uma demanda além da capacidade real da criança, ela pode ter sentimentos de impotência e inutilidade que depois pode carregar ao longo dos anos.

Em ambientes assim, a criança pode desenvolver um fanatismo pela ordem e pelo perfeccionismo como tentativa de minimizar os erros e as cobranças. Soma-se a isso a incapacidade de tomar decisões com confiança.

Nota da CONTI outra:

Como dito no começo, existem feridas da infância que aumentam a probalidade de sequelas emocionais na vida adulta. Entretanto, nada é regra e existem pessoas que desenvolvem mecanismos adaptativos e superam essas questões. Outras, entretanto, não se saem tão bem. Se você for uma delas, procure ajuda de um profissional da saúde mental. Nunca é tarde para rever questões mal resolvidas. O passado não muda, mas o futuro ainda é um livro em branco.

Traduzido e ADAPTADO por Josie Conti.

Fonte: http://www.contioutra.com/5-feridas-emocionais-da-infancia-que-podem-persistir-na-idade-adulta/

22 de junho de 2015

8 formas de identificar que seu filho precisa de um psicólogo

Hoje em dia está na moda dizer que a criança é hiperativa ou tem déficit de atenção. É preciso muito cuidado antes de rotular as crianças! Acredito que qualquer diagnóstico precoce poderá impactar diretamente na formação da personalidade delas.

Conversando com uma amiga que tem um filho lindo, fofo, e super educado, ela me disse que estava pensando em procurar um psicólogo para ele, por causa de alguns problemas específicos. Sinceramente, achei um exagero e disse que ela deveria esperar mais um pouco, pois aos meus olhos ele definitivamente não precisava de nenhuma ajuda profissional.

Fiquei, então, pensando em quando uma mãe deve saber que chegou a hora de procurar um psicólogo para o filho. Não é uma decisão fácil! Procurei alguns artigos sobre o assunto e fiz um resumo para deixá-los mais simples e didáticos.

Vejam que interessante!


Diferentemente de um adulto, que é capaz de expressar frustrações, medo, insegurança e tristeza verbalmente, a criança pode demonstrar que precisa de ajuda apresentando alterações em seu comportamento e até sintomas físicos.

Se você está na dúvida sobre se deve levar ou não seu filho a um psicólogo infantil, confira alguns indícios de que a criança precisa de ajuda profissional:

1) Tristeza ,muito choro ou mudança de comportamento

Crianças, geralmente, são cheias de vivacidade. Quando elas passam a chorar muito, a ficar quietas, a parecer meio tristes, é preciso conversar para saber o que não vai bem.



2) Distúrbios físicos

Problemas na alimentação, no controle intestinal e no sono são comuns em crianças pequenas, de até cinco ou seis anos, que estão passando por problemas. Voltar a fazer xixi na cama todo dia, depois de ter aprendido a controlar há um bom tempo, também é um sinal. Em crianças mais velhas, esses distúrbios podem ocorrer e serem acompanhados de irritabilidade, agitação, ansiedade.



3) Ficar doente com muita frequência

Ficar doente frequentemente também é um sintoma corporal que precisa ser avaliado com mais cuidado pelos pais.



4) Compulsão na comida

Passar a comer compulsivamente é outro indício de que a criança pode dar de que algo não vai bem emocionalmente.



5) Dificuldade de interagir socialmente

Uma das causas mais comuns que levam os pais a recorrer a um psicólogo infantil é a falta de interação social que a criança pode apresentar. Ainda que muitas vezes em forma de timidez, o agravamento do quadro – em forma de problemas de comunicação verbal, interação social e criatividade – deve ser analisado. Além disso, outras características, como, por exemplo, a preferência por comidas pastosas e problemas com a textura e o cheiro dos alimentos, também devem ser levados em consideração e relatados ao médico.



6) Intolerância e agressividade

Crianças que tendem a fazer birra por tudo o que querem e que não lidam bem com o não, não necessariamente possuem algum distúrbio psicológico. No entanto, o psicólogo infantil pode auxiliar a detectar onde está o erro. Mas é bom se preparar: muitas vezes, a conclusão profissional é de que a falha está nos pais e na cultura de compensação. Os filhos tendem a ser reflexo de sua criação. Por isso, esteja preparado para receber orientações relacionadas ao seu comportamento que irão mudar o comportamento da criança.



7) Agitação e falta de concentração

A agitação frequente da criança deve ser investigada por um psicólogo infantil. Isso porque é frequente que muitos educadores apontem imediatamente para TDAH, sugerindo interferência medicamentosa nem sempre necessária.



8) Dificuldade de aprendizagem

É normal que nem todas as crianças aprendam na mesma velocidade e da mesma forma. Algumas aprendem a ler na escola, enquanto outras desenvolvem esta capacidade desde muito pequenas. Mas isto não significa que você não deva ficar atenta à aprendizagem de seu filho. Se ele tem muita dificuldade para desenvolver alguma atividade lógica ou demora muito para assimilar algum conteúdo, pode ser hora de procurar ajuda.


Como lidar

Antes de sair correndo com a criança para uma consulta de urgência com o psicólogo mais próximo, a primeira coisa a ser feita é observar a vida em família e conversar com o filho.

“A saúde mental da criança depende muito do que ocorre no âmbito familiar. Se o núcleo familiar não está cumprindo seu papel de educar a criança, de prestar atenção às suas necessidades, ela vai mudar de comportamento, o que é um indício de que não aguenta mais aquela situação”, declara Roberto Teixeira Mendes, professor do Departamento de Pediatria da Unicamp – Universidade Estadual de Campinas.

Para Heloísa, da PUC de Minas, novas situações podem desencadear uma mudança brusca no comportamento infantil. Separação dos pais, morte de algum familiar ou o nascimento de um irmão são exemplos clássicos que podem gerar dúvidas, insegurança e tristeza em uma criança.

“Muita gente acha que as crianças são pequenas demais para entenderem determinados assuntos, mas elas entendem tudo. É preciso abrir o jogo com elas. A infância é o momento em que a pessoa está construindo um sentido para o mundo. E nada vai fazer sentido enquanto alguém não conversar com ela sobre os problemas familiares. Não dá para esconder, pensando que assim está se protegendo o filho”, afirma a psicóloga.

Ajuda do pediatra

Segundo Mendes, da Unicamp, o pediatra que acompanha a criança pode ajudar os pais a analisarem a situação do filho com maior clareza.

“O profissional da pediatria sabe que o problema não é só com a criança. Ele também pode conversar com a família para tentar esclarecer problemas que estão claramente visíveis, mas que ninguém percebeu ainda. Em último caso, ele poderá indicar um psicólogo.”

O trabalho da Psicologia Infantil é baseado em atividades lúdicas, que servem para expressar as angústias, as fantasias e os sentimentos da criança. Quando procurar um psicólogo para seu filho, faça uma pesquisa com indicações e especializações do profissional com fontes que sejam de sua confiança. E observe as atitudes da criança, afinal, será você quem vai apresentar o seu filho ao psicólogo.

FONTE: http://www.justrealmoms.com.br/como-identificar-que-seu-filho-precisa-de-um-psicologo1/

18 de junho de 2015

Diferença entre Psicologia e Psicanálise



Muitas pessoas acreditam que psicanálise e psicologia são a mesma coisa, o que não é verdade, são práticas terapêuticas bem diferentes, apesar de terem um objetivo em comum: melhora de seus pacientes, alívio de sintoma e de sofrimento. Apesar de se estudar psicanálise na faculdade de psicologia, a psicanálise não pode ser considerada uma abordagem de psicologia, porque seus objetos de estudo são diferentes, a psicologia estuda a consciência e a psicanálise o inconsciente, logo são dois trabalhos bem distintos. Pela consciência entendemos aquilo que a sujeito sabe sobre si mesmo, mas que às vezes não se deu conta e o inconsciente seria aquilo que o sujeito não sabe sobre si mesmo e não sabe por que está reprimido no inconsciente.

O psicólogo possui formação superior em psicologia, aonde estuda os processos mentais, tais como: sentimentos, pensamentos e comportamento. Ele realizará psicodiagnóstico, e psicoterapia, voltado ao aqui e agora. Tem como objeto de estudo o homem seus sentimentos e comportamento, atuará a partir da consciência do paciente, vizando uma mudança de comportamento e a eliminação do sintoma/ problema. A psicologia trabalha tentando dar insight ao paciente e tem como objetivo melhorar a sua qualidade de vida.
Para ser psicanalista é necessário possuir um curso superior, qualquer curso de graduação, não é necessário ser psicólogo para ser psicanalista. Sigmund Freud, pai da Psicanálise, escreveu que para ser psicanalista era preciso um tripé: um curso de formação em psicanálise em uma instituição psicanalítica, supervisão dos casos clínicos, e análise pessoal, ou seja, é indispensável, que a pessoa que pretende ser psicanalista, faça análise da sua própria vida.

O objeto de estudo da psicanálise é o inconsciente, e ele se manifesta através da fala do paciente em um processo de análise, do sintoma, dos sonhos, das fantasias, mas é necessária uma escuta psicanalítica para ouvir o inconsciente do outro e a partir daí operar. A psicanálise também da muita importância à infância da pessoa, pois acredita que a personalidade e os sofrimentos psíquicos têm sua origem na infância, diferente da psicologia que trabalha o presente, o aqui e agora.
Enquanto a psicologia trabalha o problema em si, a queixa do paciente, no presente, um psicanalista irá trabalhar o que está por atrás daquela queixa, vai procurar quais as causas inconscientes que levaram o sujeito a esse sofrimento, vai se remeter ao passado, à infância, por isso a análise é um tratamento mais longo que a psicoterapia.

Para os psicanalistas o sujeito possui no sofrimento um gozo, gozo é um termo criado por Lacan, e diz respeito a um prazer inconsciente e ao mesmo tempo desprazer na consciência, ou seja: aonde o sujeito sofre, ele sente um prazer inconsciente, e por isso o repete, e muitas vezes não consegue sair da situação em que se encontra. Mas ao mesmo tempo em que seu inconsciente sente prazer, a pessoa sente dor, angústia, desprazer e culpa e por isso chega a um consultório com um sofrimento, do qual ele não está conseguindo dar conta sozinho, ou muitas vezes nem sabe ao certo porque sofre, ou porque não é feliz.

A formação de um psicanalista é muito mais demorada que a de um psicólogo. É muito mais fácil encontrar um psicólogo do que um psicanalista, mas independente de ser psicólogo ou psicanalista é essencial procurar bons profissionais. Diferenças á parte, o mais importante é fazer um tratamento terapêutico, quando se tem indicação, seja ele psicoterapia ou análise, essa escolha fica a critério de cada pessoa, para que possa escolher qual gosta mais, ou qual mais se identifica.

Daniela Bittencourt- Psicóloga e Psicanalista

Fonte:

http://psicanaliseeamor.com.br/psicologia-e-psicanalise/

17 de junho de 2015

Masturbação infantil: como lidar com a descoberta dos órgãos sexuais pelas crianças?



Especialistas enfatizam a importância de pais, professores e demais agentes pedagógicos de meninos e meninas a não se deixarem contaminar pelo olhar adulto. Para a criança, a masturbação nada mais é que uma exploração biológica do próprio corpo que é prazerosa e, portanto, vai se repetir

“Mamãe, tenho que te contar um segredo: mexe lá na perereca para você ver o tanto que é gostoso”. A frase é de uma menina de 5 anos. A mãe, que não será identificada, conta que achou engraçada a ingenuidade da filha. A solução que encontrou foi orientá-la a ter cuidado para não se machucar já que, por ter a pele sensível, a garotinha ainda usa pomada contra assadura. A dificuldade do adulto em lidar com cenas da masturbação infantil ou atos de interesse nos genitais de outras crianças está marcada pela carga cultural que envolve a sexualidade. “O prazer do adulto está além do físico, a excitação passa pela fantasia. Para a criança, é apenas uma experiência sensorial: ela descobriu que é gostoso e vai repetir”, explica a psicóloga e doutoranda em educação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Anna Cláudia Eutrópio B. d'Andrea.

Ainda assim não é raro que os pais se assustem quando confrontados com a questão. Muitos podem relutar em admitir o que estão presenciando, talvez por não se lembrarem de situações semelhantes já vividas no passado. Mas um teste rápido é capaz de comprovar que o interesse pelos genitais não é fato isolado. Experimente perguntar às pessoas ao seu lado se elas se lembram de algum episódio durante a infância de brincadeiras sexuais consigo mesmas ou com pessoas próximas. No teste da repórter na redação, dois episódios logo surgiram. No primeiro, um estudante de 7 anos que encontrou dois coleguinhas sem calças na hora do recreio e chamou a professora imediatamente. Não por que intuiu alguma "coisa errada", mas por que queria brincar naquele lugar. No segundo, uma filha avisou ao pai que assistia à televisão: ‘vou ali no quartinho e não quero que você entre lá’. Obviamente ele foi atrás e encontrou a filha pelada em cima do irmão mais velho, também uma criança sem roupas.

Psicóloga, professora da PUC Minas e coordenadora da educação infantil da escola Balão Vermelho, em Belo Horizonte, Adriana Monteiro reforça a importância de o tema ser compreendido como uma curiosidade natural da criança. “É uma forma de exploração corporal como colocar a mão na boca, a semente do feijão no ouvido ou morder o coleguinha para poder conhecer o corpo do outro. Quando descobre os órgãos genitais a criança vai sentir prazer na descoberta e insistir no comportamento”, salienta. Para Adriana, uma das grandes dificuldades está no fato de as escolas não saberem lidar com o tema e terem uma abordagem mais moralista.

Abordagem
Pesquisadora em educação em sexualidade, Anna Cláudia observa que a menina de 5 anos já compreende que o “mexer na perereca” é da intimidade quando usa a palavra segredo para contar à mãe sua descoberta. Nesses casos, fica mais fácil ajudar os pequenos a compreenderem que o toque nos órgãos sexuais não é para ser praticado na frente das pessoas. Mas e quando é uma criança de 2 anos? Apesar de existirem marcos do desenvolvimento infantil, os pais precisam sempre lembrar que cada criança é única e tem o seu tempo para descobrir e entender o mundo ao seu redor. Considerando esse aspecto, Adriana Monteiro afirma que nessa idade é raro a masturbação ser um hábito frequente que necessite uma intervenção. “O que a gente faz é chamar a atenção da criança para outra ação sem repreendê-la”, diz.

Para Anna Cláudia, os adultos educam sexualmente não só com o que eles falam, mas também com o que não é dito. “A criança é uma esponja e ela percebe mais coisas do que o adulto consegue notar que ela percebe”, lembra. Ela recomenda - nos casos de a masturbação acontecer em público - que os pais façam a interdição em particular. “Se é da intimidade, a abordagem tem que ser de forma íntima, senão, o adulto estará transmitindo uma mensagem paradoxal”, pontua. Uma dica importante é usar o adulto como um espelho para ajudar a criança a compreender a orientação. “Você vê o seu pai fazendo isso na frente das pessoas?”, pode ser uma comparação a ser utilizada.

Prevenção
O que esses meninos e meninas precisam entender é que o pênis e a vulva são partes do corpo para serem lidados quando eles estiverem sozinhos. Esse recado ajuda as crianças a irem percebendo que o corpo é exclusividade delas. Dessa forma, os pais estão trabalhando, inclusive, a prevenção. Anna Cláudia reforça: “As crianças não se excitam. A experiência é exclusivamente sensorial. O problema está no olhar do adulto para a sexualidade infantil. O adulto erotiza e enxerga coisa que não tem”.

Insistência
É consenso entre especialistas que bater, xingar, reprimir não é o caminho para tratar a masturbação na infância, mesmo se o comportamento for insistente. Adriana Monteiro diz que a criança não entende que, moralmente, o comportamento em público não é bem aceito. “Em ambiente privado, os pais precisam dizer que é algo para se fazer quando estiver sozinho, no banheiro ou no quarto. O que o adulto precisa fazer é dar a noção da intimidade. Se a criança insiste, a conversa precisa se repetir”, sugere.

O artifício que a educadora utiliza na escola é chamar a criança em ambiente privado, reconhecer a vontade que ela tem em repetir o ato e fazer um combinado: “todas as vezes que você fizer esse tipo de brincadeira vou de ajudar a lembrar de outras brincadeiras”. Adriana diz que crianças de 3 e 4 anos conseguem manter o acordo.

Excesso
“O que difere a normalidade da patologia não é a qualidade é a intensidade. Todo mundo sente as mesmas coisas, mas a patologia está no excesso”, afirma a psicóloga Anna Cláudia. Para ela, o que os pais precisam observar é em que situação a masturbação acontece. Novamente ela insiste: “A primeira tarefa é olhar sem julgamento. Acontece antes ou depois do quê? Como está o estado emocional da criança?”, sugere.

Para Adriana Monteiro, o exagerado “é só querer fazer isso e nada mais. A criança pode até desviar a atenção para outra coisa, mas retorna à masturbação”. Nesses casos, a família deve procurar um atendimento especializado.

Questões de gênero
Outra questão que envolve a masturbação infantil é a diferença da abordagem para meninos e meninas. Para Anna Cláudia, a família costuma enxergar a masturbação do garoto como uma experiência de maturidade. No caso das garotas, muitas vezes o acesso ao próprio corpo é negado. “A educação sexual da menina ainda está focada na função de dar prazer ao homem e não no prazer dela mesma”, afirma. A especialista diz que já passou da hora de as famílias educarem os meninos para respeitar o corpo da menina.

Adolescência
Para os adultos que já são pais e mães de adolescentes, o desafio da educação sexual é a família se abrir para conversar sobre as emoções dos filhos e filhas. “Discutir sexualidade não significa falar de gravidez e camisinha. Os pais focam no discurso preventivo e não acolhem as experiências que estão no nível das relações. Meninos e meninas querem falar de afeto, ciúme, machismo, padrão estético de beleza. Começar uma conversa com camisinha não vai dar liga. Não é disso que eles querem falar, não é isso que os inquieta”, afirma a psicóloga Anna Cláudia.


FONTE:

http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2013/10/09/noticia_saudeplena,145860/masturbacao-infantil-e-a-descoberta-do-proprio-corpo.shtml